Já disse o grande poeta, “Imortal, É quem não tem onde cair morto”; Mas agora digo eu, Depende do imortal.
Há dois tipos básicos de imortais, Os verdadeiros, Tal como idealizou, O grande José Veríssimo; Enquanto há os usurpadores, Tal como certos políticos, Alguns até que pagam, Para na academia entrar; São esses os Müllers da vida.
Na academia hoje, Há usurpadores, Para grande desgosto de Veríssimo; Mas há ainda grandes nomes, E há Paulo Coelho, Um imortal... Caso a parte.
Mas quando digo Que dois tipos de imortais, Digo mais que Os membros legítimos da academia E os usurpadores de cadeiras; Refiro-me aos velhos caquéticos, Muitos outrora geniais, Mas nos tempos de agora, Imortais, Porém mortos.
E há também os verdadeiros, Os que nunca envelhecem, Nunca passam a ser desprezados por estudantes, Obrigados a ler suas obras; Os que mais que imortais, São verdadeiros intelectuais.
Ser intelectual, É mais do que ser um gênio, Por vezes excêntrico, Por vezes apenas uma pessoa certinha, Sentada em sua cadeira na academia.
Não, é mais; Ser um verdadeiro intelectual, Consiste em ver o mundo de modo diferente, Não ver apenas as como são, Mas como serão, E como poderiam ser; Poder manipular os sentimentos, De modo a fazer obras pequenas, Ou mesmo grandes obras, Porém verdadeiras. De modo a imprimir sentimento, Em uma simples folha de papel, Repleta de infindáveis palavras, Ainda que palavras monótonas, Capaz assim de prender nas páginas, Até mesmo o mais rebelde e antiliterário.
Conheço muitos intelectuais, José Mindlin é um grande, Certa vez o entrevistei, Com um amigo nunca antes apreciador, Na verdade odiador, De literatura, Porém saiu de lá apreciado, Como um verdadeiro amante da arte, De tão cativante Que é o discurso de um intelectual.
Augusto de Campos também, Se não é tão grande quanto, É ainda maior; Seus poemas simples, Diria até que rudimentares, Expressão sentimentalidade, De modo raramente visto; Isso sem contar, Que ele tem o dom, De monótonas histórias contar, De modo a faze-las, Verdadeiras aventuras.
Seu irmão Haroldo, Não há nem o que falar, Alguém que, Ao mesmo tempo Que faz modernidade, Traduz do grego, Do hebraico; É simplesmente, Um artista completo.
Boris Schnaiderman, É menos conhecido, Mas talvez ainda mais grandioso; Vivenciou o Encouraçado Potemkin, Com apenas oito anos de idade, A cena da Escadaria de Odessa, E ainda assim, Foi capaz não só de não se assustar, Como de canalizar aquilo para sua arte. Fugiu ainda jovem da URSS, Veio pro Brasil e entrou na 2ª Guerra, Foi perseguido pela ditadura, Por sua arte, E por sua origem; Ainda assim transmutou-se, No idoso, porém grandioso, Grande intelectual que hoje é.
Porém não há duvida, De que a maior intelectual viva, Tão grande quanto Gattai e Queiroz, Eternamente viva; Sim, porque, Ainda que venha a falecer, Inevitável fato que infelizmente virá a acontecer, Sua alma e sua memória, Em seus livros permanecerão imortais, Eternamente apreciadas, Em seus escritos todos, Restará, sua vida; Portanto nunca poderemos dizer, Que Lygia Fagundes Telles Um dia irá morrer.
Fiz esse poema dedicado à grande Lygia quando fiquei sabendo da notícia de sua internação, e coincidentemente foi na mesma época em que lia aquela que penso ser não só sua melhor obra como uma das melhores obras da literatura brasileira, o conto O Noivo; além desse poema tenho também outros poemas publicados em meu blog, incluindo um dedicado à grande Zizi Possi, para quem quiser dar uma conferida e prestigiar meus outros poemas, o blog é
http://ericdrummondpoete.blogspot.com/
Lygia, assim como muitos, estou ao seu lado hoje e sempre, para o que der e vier!
2 comentários:
Já disse o grande poeta,
“Imortal,
É quem não tem onde cair morto”;
Mas agora digo eu,
Depende do imortal.
Há dois tipos básicos de imortais,
Os verdadeiros,
Tal como idealizou,
O grande José Veríssimo;
Enquanto há os usurpadores,
Tal como certos políticos,
Alguns até que pagam,
Para na academia entrar;
São esses os Müllers da vida.
Na academia hoje,
Há usurpadores,
Para grande desgosto de Veríssimo;
Mas há ainda grandes nomes,
E há Paulo Coelho,
Um imortal... Caso a parte.
Mas quando digo
Que dois tipos de imortais,
Digo mais que
Os membros legítimos da academia
E os usurpadores de cadeiras;
Refiro-me aos velhos caquéticos,
Muitos outrora geniais,
Mas nos tempos de agora,
Imortais,
Porém mortos.
E há também os verdadeiros,
Os que nunca envelhecem,
Nunca passam a ser desprezados por estudantes,
Obrigados a ler suas obras;
Os que mais que imortais,
São verdadeiros intelectuais.
Ser intelectual,
É mais do que ser um gênio,
Por vezes excêntrico,
Por vezes apenas uma pessoa certinha,
Sentada em sua cadeira na academia.
Não, é mais;
Ser um verdadeiro intelectual,
Consiste em ver o mundo de modo diferente,
Não ver apenas as como são,
Mas como serão,
E como poderiam ser;
Poder manipular os sentimentos,
De modo a fazer obras pequenas,
Ou mesmo grandes obras,
Porém verdadeiras.
De modo a imprimir sentimento,
Em uma simples folha de papel,
Repleta de infindáveis palavras,
Ainda que palavras monótonas,
Capaz assim de prender nas páginas,
Até mesmo o mais rebelde e antiliterário.
Conheço muitos intelectuais,
José Mindlin é um grande,
Certa vez o entrevistei,
Com um amigo nunca antes apreciador,
Na verdade odiador,
De literatura,
Porém saiu de lá apreciado,
Como um verdadeiro amante da arte,
De tão cativante
Que é o discurso de um intelectual.
Augusto de Campos também,
Se não é tão grande quanto,
É ainda maior;
Seus poemas simples,
Diria até que rudimentares,
Expressão sentimentalidade,
De modo raramente visto;
Isso sem contar,
Que ele tem o dom,
De monótonas histórias contar,
De modo a faze-las,
Verdadeiras aventuras.
Seu irmão Haroldo,
Não há nem o que falar,
Alguém que,
Ao mesmo tempo
Que faz modernidade,
Traduz do grego,
Do hebraico;
É simplesmente,
Um artista completo.
Boris Schnaiderman,
É menos conhecido,
Mas talvez ainda mais grandioso;
Vivenciou o Encouraçado Potemkin,
Com apenas oito anos de idade,
A cena da Escadaria de Odessa,
E ainda assim,
Foi capaz não só de não se assustar,
Como de canalizar aquilo para sua arte.
Fugiu ainda jovem da URSS,
Veio pro Brasil e entrou na 2ª Guerra,
Foi perseguido pela ditadura,
Por sua arte,
E por sua origem;
Ainda assim transmutou-se,
No idoso, porém grandioso,
Grande intelectual que hoje é.
Porém não há duvida,
De que a maior intelectual viva,
Tão grande quanto Gattai e Queiroz,
Eternamente viva;
Sim, porque,
Ainda que venha a falecer,
Inevitável fato que infelizmente virá a acontecer,
Sua alma e sua memória,
Em seus livros permanecerão imortais,
Eternamente apreciadas,
Em seus escritos todos,
Restará, sua vida;
Portanto nunca poderemos dizer,
Que Lygia Fagundes Telles
Um dia irá morrer.
Fiz esse poema dedicado à grande Lygia quando fiquei sabendo da notícia de sua internação, e coincidentemente foi na mesma época em que lia aquela que penso ser não só sua melhor obra como uma das melhores obras da literatura brasileira, o conto O Noivo; além desse poema tenho também outros poemas publicados em meu blog, incluindo um dedicado à grande Zizi Possi, para quem quiser dar uma conferida e prestigiar meus outros poemas, o blog é
http://ericdrummondpoete.blogspot.com/
Lygia, assim como muitos, estou ao seu lado hoje e sempre, para o que der e vier!
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